segunda-feira, 10 de março de 2025

Reino Fungi

 Reino Fungi inclui organismos heterotróficos, que podem ser multicelulares ou unicelulares, e que se reproduzem de forma assexuada ou sexuada.



"No Reino Fungi incluem-se os fungos, organismos heterotróficos, multicelulares ou unicelulares, que já foram considerados plantas primitivas. Uma das diferenças entre esses dois grupos está no fato de que as plantas possuem clorofila, uma característica ausente nos fungos. Existem mais de 100.000 espécies de fungos descritas, e especialistas acreditam que mais de 1000 são descobertas a cada ano.

Essas espécies apresentam papel ecológico importante, atuando, por exemplo, com bactérias, no processo de decomposição. Além disso, algumas apresentam grande potencial econômico, e outras são responsáveis por desencadear doenças no nosso corpo. Como representantes conhecidos dos fungos, podemos citar os mofos, bolores e cogumelos.

Característica gerais dos fungos

Os fungos são organismos heterotróficos e eucariontes que podem ser unicelulares ou multicelulares. A grande maioria das espécies é filamentosa, sendo esses filamentos denominados de hifas. Alguns fungos são formados por várias hifas densamente unidas, que formam o chamado micélio. O micélio pode ser observado em cogumelos, por exemplo.

A maioria dos fungos apresenta hifas septadas, ou seja, que são divididas pelos chamados septos. Os septos são paredes transversais perfuradas por um poro que permite a comunicação entre as células, garantindo a passagem até mesmo de organelas celulares.



As hifas que não apresentam esses septos recebem a denominação de asseptadas ou cenocíticas. Nelas o que se observa é um grande citoplasma contínuo com vários núcleos espalhados. Nos fungos parasitas, as hifas são chamadas de haustórios e são capazes de retirar do seu hospedeiro as substâncias necessárias para o desenvolvimento delas.

Como citado, nem todos os fungos são filamentosos, existindo fungos unicelulares, como é o caso das leveduras. Vale destacar que as leveduras, apesar do que muitas pessoas pensam, não são um grupo taxonômico, estando relacionadas apenas com a forma morfológica de crescimento. Existem cerca de 600 espécies de leveduras conhecidas.


As élulas que formam os fungos apresentam paredes celulares ricas em quitina, um tipo de polissacarídeo encontrado também no exoesqueleto de artrópodes. Quando falamos em parede celular, muitas pessoas relacionam-na com a encontrada nas plantas, porém a composição da parede celular dos fungos é diferente da dos vegetais, pois nesses últimos encontramos a presença de celulose."


Nutrição dos fungos

A nutrição dos fungos é heterotrófica, ou seja, eles são organismos incapazes de sintetizar seu próprio alimento. Esses seres vivos, geralmente, liberam enzimas sobre o alimento e depois absorvem os nutrientes de que necessitam. Vale destacar que existem fungos parasitas, espécies que vivem em simbiose, e fungos saprófitos, que vivem de matéria orgânica retirada de seres mortos. Em ambos os casos, a nutrição é do tipo heterotrófica.

Alguns fungos, para produzir a energia de que necessitam, realizam o processo de fermentação. Esse é o caso de algumas leveduras que, por apresentarem essa propriedade, são muito utilizadas economicamente. Nos fungos, o glicogênio é o principal carboidrato de reserva.


Reprodução dos fungos

A reprodução dos fungos ocorre, em sua grande maioria, por meio da formação de esporos, os quais podem ser produzidos de maneira assexuada ou sexuada. Esses esporos ajudam os fungos a espalharem-se pelo ambiente, uma vez que muitos são secos e pequenos, o que os permite ficar suspensos no ar.

Alguns esporos são pegajosos e espalham-se pelo meio, aderindo-se ao corpo de insetos, por exemplo, e há aqueles lançados pelos próprios fungos. Ao encontrarem um local adequado, os esporos germinam e dão origem a um novo fungo.

A reprodução sexuada inicia-se, geralmente, com a atração de hifas que liberam moléculas sinalizadoras sexuais. Essas moléculas atraem as hifas, que, ao encontrarem-se, fundem-se. Quando ocorre a união do citoplasma de dois micélios, temos o processo de plasmogamia. Os núcleos de cada indivíduo não se fundem de imediato em algumas espécies, podendo demorar horas, dias e até meses e anos.

O próximo estágio é a chamada cariogamia, que ocorre quando os núcleos haploides fundem-se. Forma-se aqui o zigoto, que é um estágio diploide. A divisão por meio da meiose restaura a condição haploide, e formam-se os esporos. Percebe-se, portanto, que a reprodução sexuada é composta por três etapas: plasmogamia, cariogamia e meiose.

Na reprodução assexuada, percebe-se também a produção de esporos, entretanto, normalmente observa-se que os fungos filamentosos produzem-nos por mitose. Outra forma de reprodução assexuada observada nos fungos é a por brotamento. Ela pode ser identificada em leveduras, nas quais surge um pequeno broto com base na célula-mãe. As leveduras também podem reproduzir-se por fissão, e alguns fungos podem ainda reproduzir-se assexuadamente pela fragmentação de suas hifas.


Principais grupos de fungos


Existem na literatura científica diferentes propostas para a classificação dos fungos. Apresentaremos, a seguir, a classificação tradicionalmente utilizada e que apresenta a divisão em cinco filos:

Quitrídios (Filo Chytridiomycota): organismos principalmente aquáticos. O micélio é cenocítico. Apresentam esporos flagelados.

Zigomicetos (Filo Zygomycota): possuem hifas, principalmente, cenocíticas. Nesse grupo temos os famosos mofos, que crescem, por exemplo, sobre pães e frutas.

Glomeromicetos (Filo Glomeromycota): fungos micorrízicos. Estima-se que mais de 80% de todas as espécies vegetais apresentam associações mutualísticas com esse tipo de fungo. O micélio apresenta hifas, principalmente, cenocíticas.

Ascomicetos (Filo Ascomycota): fungos com hifas septadas ou unicelulares. Os organismos pertencentes a esse grupo possuem hábitos de vida variados, sendo encontrados nos ambientes aquático e terrestre. Sua estrutura reprodutiva típica são os ascos, que apresentam forma de taça. São considerados o maior grupo de fungos.

Basidiomicetos (Filo Basidiomycota): apresentam hifas septadas. Sua estrutura típica de reprodução são os basídios. Nesse grupo de fungos estão inclusos os cogumelos e o orelha-de-pau.

Importância dos fungos

Os fungos são seres vivos que apresentam muita importância para o meio ambiente e também para os seres humanos. Veja, a seguir, algumas das suas principais ações:

Fungos atuam como decompositores: garantindo a ciclagem no meio. Nesse processo, a matéria orgânica é quebrada, o gás carbônico é liberado, e substâncias importantes, como o nitrogênio, são devolvidas ao ambiente. Apesar de toda a importância da decomposição, frequentemente, essa propriedade dos fungos é responsável por prejuízos aos humanos, pois esses organismos podem atacar diversos produtos, como alimentos, madeira, tintas, tecidos e papéis.

Fungos realizam importantes relações simbióticas: apresentam uma relação mutualística, por exemplo, com raízes de vegetais. Essa relação é chamada de micorriza e ajuda a planta a conseguir minerais de que necessita de maneira mais eficiente. A planta, por sua vez, garante compostos orgânicos para o fungo. Os fungos também podem associar-se com algas verdes ou cianobactérias e formar os chamados líquens. Nessa associação, os organismos fotossintetizantes fornecem os compostos orgânicos de que o fungo necessita, enquanto os fungos fornecem nutrientes minerais e um ambiente propício para o desenvolvimento da alga ou da cianobactéria.

Fungos são utilizados como matéria-prima para produção de medicamentos: apresentam componentes que podem ser usados na fabricação de medicamentos, como é o caso do antibiótico penicilina. Esse antibiótico foi o primeiro utilizado em larga escala, sendo hoje importante no tratamento de sífilis. Outro medicamento produzido com base nos fungos é a ciclosporina, utilizada em pacientes transplantados, a fim de evitar a rejeição do órgão.

Fungos são utilizados como alimento: por realizarem fermentação, algumas espécies de leveduras são utilizadas, por exemplo, na panificação. Os fungos também são usados na indústria do vinho e da cerveja e para garantir sabores e aromas característicos a diversos tipos de queijos. Além disso, muitas espécies são consumidas sem nenhum processamento, como é o caso do champignon.

Fungos podem causar doenças nos seres humanos: algumas delas são a candidíase, o pé de atleta, a onicomicose (infecção que afeta as unhas), a pitiríase versicolor e alguns tipos de pneumonia. Vale salientar ainda que os fungos podem causar doenças em outros animais e até mesmo em plantas.


Fonte:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Reino Fungi"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/fungi.htm. Acesso em 10 de março de 2025



Reino Plantae (Reino Vegetal)

Reino Plantae ou Vegetal é o grupo em que estão todas as plantas — organismos eucariontes, multicelulares e, em sua maioria, fotossintetizantes.


O Reino Plantae ou Reino Vegetal é o grupo em que estão todas as plantas. Plantas são organismos eucariontes e multicelulares e, geralmente, fotossintetizantes. Apesar de muitas pessoas acreditarem que todas as plantas possuem a capacidade de realizar fotossíntese, isso não é verdade, uma vez que podemos encontrar plantas parasitas. 


Na maioria das plantas, observamos a presença de três órgãos vegetais básicos: raiz, caule e folha.  As plantas podem ser classificadas em quatro grupos: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. As flores e frutos são exclusividade das plantas conhecidas como angiospermas.


Resumo sobre o Reino Plantae

As plantas são organismos multicelulares, eucariontes e, na maioria dos casos, fotossintetizantes.

A maioria das plantas apresenta três órgãos principais: raiz, caule e folha.

As plantas apresentam ciclo de vida com alternância de geração.

Podemos dividir as plantas em quatro grupos: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.

As briófitas são plantas avasculares.

As pteridófitas são plantas vasculares sem sementes.

As gimnospermas são plantas que apresentam sementes nuas.

As angiospermas são o único grupo de plantas que apresentam flor e fruto.


Características gerais das plantas

As plantas são organismos multicelulares e eucariontes. Suas células diferem-se da célula animal por apresentar organelas denominadas plastídios e vacúolos (também chamados de vacúolo de suco celular ou vacúolo central). Além disso, apresentam parede celular, sendo a celulose o principal componente dessa estrutura.


As plantas são classificadas como organismos autotróficos, uma vez que a grande maioria é capaz de realizar fotossíntese. A exceção são as plantas parasitas, sendo observadas algumas espécies aclorofiladas, portanto, não fotossintetizantes, e que retiram os carboidratos dos quais necessitam de plantas hospedeiras.


De maneira geral, as plantas apresentam três órgãos vegetais básicos: raiz, caule e folha.  A raiz, na maioria das planta, é subterrânea e apresenta como funções principais a fixação da planta ao substrato e a absorção de água e sais minerais.


O caule, por sua vez, atua ligando as raízes às folhas, promovendo a sustentação do vegetal e permitindo que as folhas estejam dispostas de forma a conseguirem maior contato com a luz solar. Vale destacar, no entanto, que tanto as raízes quanto os caules podem assumir outras funções, a depender da planta estudada.


No que diz respeito às folhas, elas apresentam como função principal a realização de fotossíntese, sendo elas os órgãos em que está concentrada a maior quantidade de clorofila.



Ciclo de vida dos vegetais

O ciclo de vida de todas as plantas apresenta alternância de gerações, sendo observadas uma geração multicelular haploide e outra multicelular diploide. A geração multicelular haploide é a fase do gametófito, que produz gametas por mitose. Esses gametas fundem-se (fase sexuada do ciclo) e dão origem à fase de esporófito. A geração produtora de esporos é diploide e produz esporos por meiose (fase assexuada do ciclo).


Nas briófitas e pteridófitas, a fecundação só é possível devido à presença de água, que garante que o gameta flagelado masculino nade até o gameta feminino. Nas gimnospermas e angiospermas, o surgimento de grão de pólen proporciona a independência de água para a reprodução, sendo esse grão levado, por exemplo, pelo vento ou por animais polinizadores. Nas briófitas, os gametófitos são o estágio dominante do ciclo de vida, diferentemente dos outros grupos de plantas que possuem como estágio dominante o esporófito.


As plantas podem também fazer a reprodução vegetativa (reprodução assexuada), sendo esse processo comum em várias espécies delas. Dentre os modos de reprodução vegetativa, podemos citar a reprodução por meio de estolhos ou estolões, caules subterrâneos e folhas.


Classificação das plantas

As plantas podem ser classificadas em quatro grupos básicos: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. Esses grupos podem ser divididos ainda em plantas vasculares e plantas avasculares. Plantas avasculares são aquelas que não possuem vasos condutores de seiva (xilema e floema), sendo esse o caso das briófitas. As chamadas plantas vasculares, por sua vez, possuem vasos condutores e apresentam como representantes as pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.


As pteridófitas são também chamadas de plantas vasculares sem sementes, uma vez que possuem vasos condutores e são incapazes de produzir sementes. Gimnospermas e angiospermas, por sua vez, são plantas vasculares com sementes. A diferença entre esses dois últimos grupos está no fato de que as gimnospermas apresentam sementes nuas, que não estão envolvidas por frutos, enquanto, nas angiospermas, observamos a presença de flores e frutos.


Veja, a seguir, algumas das características básicas de cada um desses grupos:


Briófitas: são plantas avasculares e que não possuem caule, folhas ou raízes verdadeiras. A presença de flores, sementes e frutos também não é observada. Dependem da água para a reprodução. A fase dominante do seu ciclo de vida é o gametófito. São exemplos de briófitas: musgos, antóceros e hepáticas.


Pteridófitas (plantas vasculares sem sementes): são plantas vasculares que não produzem flores, sementes ou frutos. Possuem raízes, caule e folhas verdadeiras. Dependem da água para a reprodução. A fase dominante do seu ciclo de vida é o esporófito. Como exemplo, temos as samambaias e avencas.


Gimnospermas:  são plantas vasculares que apresentam raízes, caule, folhas e sementes. As sementes são nuas, pois não possuem frutos envolvendo-as. Nessas plantas também não são encontradas flores, sendo a estrutura reprodutiva desse grupo chamada de estróbilo. Devido ao surgimento do tubo polínico, não necessitam de água para a reprodução. A fase dominante do seu ciclo de vida é o esporófito. Como representantes, podemos citar os pinheiros e as araucárias.


Angiospermas: são plantas vasculares que possuem raízes, caule, folhas, sementes, flores e frutos. Não necessitam de água para a reprodução, e a fase dominante do seu ciclo de vida é o esporófito. Nesse grupo temos cerca de 90% de todas as espécies de plantas do planeta. Como representantes, podemos citar as orquídeas, a mangueira, o abacateiro e o ipê.


Reprodução assexuada nas angiospermas

A presença de flores e frutos, nas angiospermas, otimizou a fecundação das plantas e dispersão das sementes que, em outros grupos de plantas, ocorriam primordialmente por meio da ação dos ventos. Tais fatores, juntamente com um sistema eficaz de vasos condutores, permitiram que as angiospermas conquistassem diversos ambientes, representando cerca de 70% de todas as plantas de nosso planeta.

Apesar de essas novas estruturas terem propiciado um grande avanço no que se diz respeito à reprodução sexuada das angiospermas, a reprodução assexuada não deixou de ser importante para esses indivíduos. Além de, geralmente, dar origem a novos indivíduos de forma mais rápida, tal modalidade produz indivíduos de mesmo genótipo, conservando as características da espécie nas novas gerações.

A forma mais comum de reprodução assexuada em plantas é denominada propagação vegetativa. Nela, estruturas como caules e folhas de determinadas plantas formam raízes, dando origem a novos indivíduos. Grama, batata, morangueiro e violeta são alguns exemplos de plantas que podem dar origem a novos indivíduos por meio desse tipo de reprodução assexuada.

A partir desse princípio, podemos desenvolver algumas técnicas de propagação vegetativa que não ocorrem espontaneamente na natureza. São elas:

Estaquia: ramos caulinares contendo gemas laterais são cortados (assim como a gema apical) e são plantados, dando origem a novas plantas.

Mergulhia: partes de ramos são enterradas até que se criem raízes, sendo depois separadas da planta de origem e replantadas.

Alporquia: é feito um pequeno corte em um ramo da planta, que é protegido por terra úmida, envolvida em um recipiente, como saco ou pano. Quando as raízes se desenvolvem, o ramo é retirado e plantado.

Enxertia: uma muda (cavaleiro ou enxerto) é transplantada em outra (cavalo ou porta-enxerto), enraizada.

Cultura de tecidos in vitro: técnica desenvolvida pela engenharia genética, na qual fragmentos de plantas de interesse são esterilizados e cultivados em soluções nutritivas.


Fonte:

https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/reino-plantae.htm 

https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/reproducao-assexuada-nas-angiospermas.htm

Reino Protista

O reino Protista ou Protoctista não é mais considerado, entretanto o termo protista é ainda utilizado para se referir a organismos que não são plantas, animais ou fungos.



"O reino Protista ou Protoctista é um reino onde estão agrupados organismos eucariontes que não apresentam as características necessárias para que sejam classificados nos reinos Plantae, Animalia ou Fungi. Nesse grupo temos, portanto, uma grande variedade de organismos, incluindo, por exemplo, seres unicelulares, pluricelulares, autotróficos e heterotróficos.


Tendo em vista os sistemas de classificações mais atuais, o reino Protista não é mais considerado, uma vez que seus representantes estão, muitas vezes, mais relacionados com plantas, fungos ou animais do que com outros protistas. O termo protista, no entanto, ainda hoje é usado para se referir a organismos eucariontes que não são plantas, fungos ou animais."


Características gerais dos protistas

Todos os protistas apresentam em comum o fato de serem organismos eucariontes, ou seja, possuem células com núcleo definido e organelas membranosas. Devido à grande variedade de organismos incluídos nesse grupo, outras características gerais são difíceis de ser determinadas. Veja a seguir algumas características observadas em organismos protistas.

A maioria dos protistas é unicelular, porém existem espécies pluricelulares e também coloniais.

Alguns protistas são autotróficos, mas existem também espécies heterotróficas. Vale salientar ainda que alguns protistas são capazes de combinar as duas formas de nutrição, sendo denominados, nesses casos, organismos mixotróficos.

Em algumas espécies, observa-se reprodução sexuada, enquanto em outras a reprodução é assexuada.

Grande parte dos protistas vive em ambientes aquáticos, porém alguns representantes podem viver no solo e até mesmo dentro de outros organismos, como é o caso de alguns protozoários causadores de doenças.

Representantes dos protistas

Os representantes dos protistas costumam ser divididos em dois grupos principais: protozoários e algas. Os protozoários são organismos eucariontes que apresentam nutrição heterotrófica. As algas, por sua vez, apresentam nutrição autotrófica. Vale salientar que atualmente muitos biólogos classificam as algas verdes, juntamente com as briófitas e plantas vasculares, em um grupo denominado plantas verdes ou viridófitas."


Protozoários

Os protozoários, como dito anteriormente, são protistas que não são capazes de produzir seu próprio alimento, ou seja, possuem nutrição heterotrófica. Existem protozoários de vida livre e também organismos parasitas que podem, inclusive, causar doenças nos seres humanos.

Costuma-se dividir tradicionalmente os protozoários com base na sua forma de locomoção. Essa divisão, no entanto, não apresenta valor taxonômico. Vale destacar que as estruturas locomotoras, além de promoverem a locomoção dos protozoários, são utilizadas para conseguir alimentos. Veja abaixo a classificação desses organismos conforme a forma de locomoção."

Protozoários esporozoários: não apresentam estrutura locomotora. Como exemplo de esporozoários, podemos citar o Plasmodium e Toxoplasma gondii, causadores, respectivamente, da malária e toxoplasmose.

Protozoários com pseudópodes: movem-se por meio de pseudópodes, que são prolongamentos citoplasmáticos. Como exemplo, podemos citar as amebas.

Protozoários ciliados: locomovem-se por meio do batimento dos seus cílios. Como exemplo de protozoário ciliado, podemos citar o Paramecium.

Protozoários flagelados: apresentam como estrutura locomotora os flagelos. Como exemplo, podemos citar o Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas.

Aqui estão as principais doenças causadas por protozoários, juntamente com o nome do protozoário e o modo de transmissão:

1. Doença de Chagas

   - Protozoário: Trypanosoma cruzi. Transmissão: Picada do inseto barbeiro (*Triatoma spp.*), transfusão de sangue contaminado, ingestão de alimentos contaminados e transmissão congênita (de mãe para filho).

2. Malária

   - Protozoário: Plasmodium spp. (Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale) . Transmissão: Picada do mosquito *Anopheles* infectado.

3. Leishmaniose (Tegumentar e Visceral)

   - Protozoário: *Leishmania* spp. (*L. braziliensis, L. donovani, L. infantum, L. tropica*). Transmissão**: Picada de flebotomíneos (mosquito-palha, *Lutzomyia* spp.).

4.Amebíase  

   - Protozoário: *Entamoeba histolytica*  . Transmissão**: Ingestão de água ou alimentos contaminados com cistos do protozoário.

5. Giardíase 

   - Protozoário: *Giardia lamblia* . Transmissão**: Ingestão de água ou alimentos contaminados com cistos do protozoário.

6. Toxoplasmose

   - Protozoário: *Toxoplasma gondii*  . Transmissão**: Ingestão de carne crua ou mal cozida contaminada, contato com fezes de gatos infectados e transmissão congênita.

7. Tricomoníase

   - Protozoário: *Trichomonas vaginalis*  . Transmissão**: Contato sexual desprotegido.


Algas

As algas são organismos aquáticos que se destacam por sua nutrição autotrófica. Podem ser unicelulares ou pluricelulares — nesse último caso, não apresentam diferenciação tecidual. São encontradas tanto em água doce como em água salgada, desempenhando nesses locais um papel ecológico similar ao realizado pelas plantas no ambiente terrestre, constituindo a base da cadeia alimentar (organismos produtores).


Algas microscópicas compõem o chamado fitoplâncton, que se destaca pela grande quantidade de oxigênio produzido. Muitas algas apresentam ainda valor econômico, sendo usadas na alimentação e também na indústria para a fabricação de diferentes itens, como produtos de higiene e beleza.


→ Diatomáceas (crisofíceas)

As diatomáceas são algas unicelulares ou coloniais que apresentam grande abundância nos oceanos, sendo reconhecidas cerca de 10.000 a 12.000 espécies. Vale salientar que há também espécies de água doce. Como característica marcante desses organismos, podemos citar o fato de apresentarem uma parede celular que consiste em duas valvas, que se encaixam como uma placa de Petri. Essas paredes são chamadas de frústulas e apresentam sílica em sua composição."




→ Euglenoides

As algas euglenoides são flageladas e habitam principalmente água doce. A maioria é unicelular, com exceção do gênero Colacium, que é colonial. Existem cerca de 800 a 1.000 espécies, sendo que algumas apresentam nutrição mixotrófica, realizando fotossíntese na presença de luz e nutrição heterotrófica quando na ausência desse fator.


→ Algas douradas

As algas douradas apresentam carotenoides (fucoxantina), que são responsáveis pela sua coloração típica. Em geral, apresentam dois flagelos. A maioria das algas douradas é unicelular, mas algumas são coloniais. Apresentam cerca de 1.000 espécies distintas, que são predominantemente de água doce.


→ Algas pardas (feofíceas)

As algas pardas são pluricelulares, apresentando um corpo vegetativo simples e indiferenciado (talo). Devido à presença de carotenoides (fucoxantina), apresentam coloração amarronzada. Existem cerca de 1.500 espécies, e quase todos os representantes são marinhos. Apresentam tamanho variado: algumas são muito pequenas, mas outras podem atingir metros de comprimento — os kelps, por exemplo, podem atingir mais de 30 metros de comprimento. Possuem importância econômica, sendo utilizadas na alimentação.


→ Algas vermelhas

São predominantemente marinhas e apresentam poucos representantes unicelulares. A cor característica dessas algas se deve à presença de ficobilinas, que mascaram a cor da clorofila. São reconhecidas cerca de 6.000 espécies de algas vermelhas."



→  Dinoflagelados (pirrofíceas)

Os dinoflagelados, em sua maioria, são organismos unicelulares com dois flagelos; outros são imóveis, porém produzem células reprodutivas flageladas. É possível observar nos dinoflagelados a presença de um flagelo situado em um sulco, como se fosse um cinto ao redor da alga, e outro flagelo em um sulco perpendicular a este. Esses dois flagelos, ao se moverem, fazem com que o dinoflagelado gire. Muitas espécies são marinhas, porém há também espécies de água doce. Existem cerca de 4000 espécies de dinoflagelados."


"Os dinoflagelados, quando se reproduzem exageradamente, provocam um fenômeno conhecido como maré vermelha. Devido à presença dos pigmentos carotenoides nesse tipo de alga, sua proliferação excessiva faz com que a água adquira uma coloração avermelhada. Vale salientar que o problema da maré vermelha não é apenas a alteração da cor da água. Em virtude da produção de toxinas por certas espécies, o aumento de dinoflagelados podem provocar a morte de animais que vivem no local, como peixes.  Além da maré vermelha, muitos dinoflagelados são conhecidos por sua capacidade bioluminescente.


Fonte:

 SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Reino Protista ou Protoctista"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/protista.htm. Acesso em 10 de março de 2025.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Reino Monera

 Características dos organismos do reino Monera

Os organismos pertencentes ao reino Monera são procariotos e unicelulares que podem formar colônias ou não. Por organismos procariotos, entende-se aqueles que possuem células que não têm núcleo definido, com o material genético disperso pelo citoplasma. Além de não apresentarem núcleo, as células procarióticas não possuem organelas membranosas, o que significa que elas não têm estruturas como mitocôndrias, complexo golgiense e retículo endoplasmático, típicas das células eucarióticas.




O material genético em células procarióticas está localizado em uma região denominada nucleoide. Em geral, os procariotos têm um cromossomo circular. Além do cromossomo único, pode ser observado em células procarióticas pequenas moléculas de DNA chamadas de plasmídeos.

No reino Monera estão inclusos organismos autotróficos e heterotróficos. Organismos autotróficos são capazes de sintetizar seu próprio alimento. As cianobactérias, por exemplo, são capazes de realizar fotossíntese, um processo em que a energia solar é utilizada para a formação de moléculas orgânicas.

Existem também organismos quimiossintetizantes, capazes de sintetizar compostos orgânicos utilizando a energia conseguida pela oxidação de compostos inorgânicos. Além de organismos autotróficos, no reino Monera, estão presentes os heterotróficos, que necessitam conseguir matéria orgânica de fontes externas. Esse é o caso das bactérias decompositoras.



Metabolismo energético das bactérias:

Analisando o papel do oxigênio no metabolismo, os procariotos podem ser classificados em aeróbios obrigatórios, anaeróbios obrigatórios e anaeróbios facultativos. Os aeróbios obrigatórios necessitam de oxigênio para a realização de respiração celular, não sendo possível seu crescimento na ausência de oxigênio.

Os anaeróbios obrigatórios são aqueles que só crescem em anaerobiose, sendo mortos ou inibidos na presença de oxigênio. Por fim, os anaeróbios facultativos utilizam o oxigênio quando ele está presente, e realizam respiração anaeróbia ou fermentação, quando está ausente.

Reprodução dos organismos do reino Monera

Os representantes do reino Monera reproduzem-se de maneira assexuada por meio da divisão binária. Nesse processo, observa-se a duplicação do material genético do procarioto e a posterior divisão da célula em duas geneticamente iguais. A variabilidade genética entre os procariotos surge devido a eventos de mutação e também por meio de recombinação genética. Na recombinação genética, os organismos se unem e trocam informações genéticas. A recombinação genética pode ocorrer por conjugação, transformação e transdução.

Na conjugação, duas células se unem temporariamente e há a transferência de DNA. Na transformação, um organismo procarioto incorpora fragmentos de DNA que estão livres no meio. Por fim, na transdução, vírus que infectam bactérias garantem que genes sejam carregados de uma célula para outra.

        

       Divisão binária

      Conjugação
      



         Transdução


Importância dos organismos do reino Monera

ü  Muitas bactérias realizam decomposição, sendo fundamentais na ciclagem de nutrientes;

ü  Algumas bactérias estabelecem interações mutualísticas, sendo esse o caso de bactérias que vivem em nosso intestino e que atuam, por exemplo, facilitando a absorção de algumas substâncias e sintetizando vitaminas;

ü  Algumas bactérias participam do ciclo do nitrogênio, garantindo a fixação de nitrogênio atmosférico;

ü  Cianobactérias e outros procariotos autotróficos produzem matéria orgânica que é aproveitada na cadeia alimentar;

ü  Cianobactérias produzem oxigênio que é liberado na atmosfera;

ü  A bactéria Clostridium botulinum produz a toxina botulínica, utilizada para amenizar linhas de expressão e rugas;

ü  Algumas bactérias são utilizadas na fabricação de alimentos, como o iogurte.

 

Doenças causadas por bactérias

As doenças causadas por bactérias são relativamente comuns e podem até mesmo causar a morte se não forem adequadamente tratadas. Estima-se que as bactérias causem cerca de metade de todas as doenças humanas.

Veja a seguir 10 doenças causadas por bactérias:

ü  Botulismo: causado pela bactéria Clostridium botulinum. O botulismo pode ser transmitido por alimentos contaminados, ferimentos ou ingestão de esporos da bactéria. 

ü  Cólera: causada pela bactéria Vibrio cholerae. A cólera é uma doença bacteriana que se transmite por via fecal-oral, ou seja, pela ingestão de água ou alimentos contaminados.

ü  Febre maculosa: é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. A febre maculosa é transmitida pela picada de um carrapato infectado com a bactéria Rickettsia rickettsii. A transmissão ocorre quando o carrapato permanece fixado na pele por pelo menos 4 horas. 

ü  Gonorreia: doença sexualmente transmissível causada pela Neisseria gonorrhoeae. A principal forma de transmissão é através de relações sexuais desprotegidas, seja vaginal, anal ou oral. 

ü  Hanseníase: causada pelo Mycobacterium leprae.  A hanseníase é transmitida por meio de gotículas de saliva eliminadas por pessoas infectadas que não estão em tratamento. A transmissão ocorre por contato próximo e prolongado com a pessoa doente. 

ü  Leptospirose: causada pela bactéria Leptospira interrogans. A leptospirose é uma doença infecciosa transmitida pela urina de animais infectados pela bactéria Leptospira. A transmissão pode ser direta ou indireta.

ü  Pneumonia bacteriana: um dos agentes etiológicos da pneumonia bacteriana é a Streptococcus pneumoniae. A pneumonia bacteriana pode ser transmitida por gotículas respiratórias, através do ar, saliva ou secreções. Também pode ser adquirida por transfusão de sangue ou por mudanças bruscas de temperatura.  

ü  Sífilis: O agente etiológico da sífilis é a bactéria Treponema pallidum. A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que pode ser transmitida por relações sexuais desprotegidas, transfusão de sangue contaminado, ou da mãe para o filho. 

ü  Tétano: Clostridium tetani é o agente etiológico do tétano. O tétano se transmite através de ferimentos na pele ou mucosas. Não é uma doença transmitida de pessoa para pessoa. 

ü  Tuberculose: A bactéria causadora da tuberculose é o Mycobacterium tuberculosis. A tuberculose é uma doença transmissível pelo ar, ou seja, é transmitida quando uma pessoa com tuberculose ativa tosse, fala ou espirra. 

*Agente etiológico é nome dado ao agente causador de uma doença.

Sintomas de doenças causadas por bactérias

Os sintomas das doenças bacterianas são variados e dependem da bactéria causadora da doença. A seguir vamos mostrar alguns sintomas comuns em doenças bacterianas e também com qual doença o sintoma está relacionada.

ü  Febre: um sintoma comum em diversas doenças, não só nas bacterianas. São exemplos de doenças bacterianas que causam febre: febre maculosa, tuberculose e coqueluche.

ü  Tosse: algumas doenças bacterianas causam tosse, como é o caso da coqueluche, tuberculose e pneumonia.

ü  Diarreia: são exemplos de doenças bacterianas que podem causar diarreia a cólera e a disenteria. Nesse ponto, é importante destacar que cerca de 2 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças diarreicas causadas por bactérias.

ü  Vômitos: podem ser desencadeados por várias doenças bacterianas, como a cólera e a disenteria.

ü  Espasmos musculares: o tétano é uma doença que pode causar fortes espasmos musculares.

ü  Lesões na pele com alteração da sensibilidade: a hanseníase é uma doença bacteriana que causa diminuição da sensibilidade.

ü  Ardência ao urinar: infeções urinárias podem desencadear ardência ao urinar. Além disso, a gonorreia é também responsável por causar esse sintoma.

 

Tratamento de doenças causadas por bactérias

Grande parte das doenças bacterianas é tratada com uso de antibióticos, substâncias que atuam matando ou impedindo que as bactérias multipliquem-se. Apesar de o surgimento dos antibióticos ter mudado o rumo da medicina e salvado muitas vidas, se não usados corretamente, esses medicamentos podem ser responsáveis pela seleção de bactérias resistentes.

O maior problema está no fato de que muitas pessoas interrompem o tratamento quando se sentem melhores, não utilizando o antibiótico por tempo suficiente. Inicialmente o antibiótico mata as bactérias mais frágeis e, com o tempo de uso, consegue eliminar as mais resistentes. Se o antibiótico é interrompido, as bactérias resistentes multiplicam-se e causam o retorno dos sintomas.

Para evitar esse problema, é fundamental utilizar antibióticos apenas com recomendação médica e obedecer aos horários e ao tempo de tratamento. Além disso, é fundamental acondicionar o antibiótico em local adequado e não fazer uso do medicamento fora do prazo de validade.

Prevenção de doenças causadas por bactérias

As doenças bacterianas podem ser adquiridas de diferentes formas. Algumas patologias são transmitidas por bactérias presentes na água; outras, por bactérias presentes nos alimentos, no ar e até mesmo por meio de relação sexual. Temos ainda aquelas transmitidas por outros organismos, como pulgas e carrapatos.

Diante de tantas formas de transmissão, várias atitudes devem ser tomadas para evitar a contaminação por bactérias patogênicas. São formas de prevenção:

ü  Beber água somente filtrada e tratada;

ü  Lavar sempre bem os alimentos;

ü  Lavar sempre as mãos;

ü  Utilizar camisinha em todas as relações sexuais;

ü  Tratar os doentes;

ü  Vacinar-se.





terça-feira, 2 de novembro de 2021

Doenças por protozoários

 Amebíase

É uma doença causada pelo protozoário Entamoeba histolytica. Ela entra no organismo humano por meio de alimentos ingeridos que foram mal lavados e continham os cistos (forma que o protozoário adota quando está fora de um organismo).

Doença de chagas

A doença de chagas é transmitida pelo barbeiro, um inseto encontrado em várias partes do Brasil. O protozoário Trypanossoma cruzi passa para o corpo humano quando o barbeiro pica o organismo em busca de sangue.  Após a sucção, o barbeiro libera suas fezes na pele, causando coceira. Ao coçar, o indivíduo acaba por jogar as fezes infectadas do barbeiro em sua corrente sanguínea.

Malária

É transmitida pelo mosquito Anopheles, mais conhecido no Brasil como mosquito-prego, que possui em seu organismo, protozoários do gênero Plasmodium.

Giardíase

É causada pelo protozoário Giardia lambia, encontrado na forma cística em alimentos e na água contaminada. Essa doença causa a diminuição da absorção de nutrientes de todo o trato digestivo, podendo levar até a desnutrição.

Leishmaniose

Os protozoários do gênero Leishmania são os causadores da leishmaniose, que é transmitida por mosquitos. O principal sintoma são feridas em mucosas da pele. Existe uma forma mais grave, conhecida como Leishmaniose visceral ou calazar.

Toxoplasmose

Transmitida por animais domésticos que possuem em seu organismo o protozoário Toxoplasma gondi. É uma doença que pode ser assintomática ou causar dores de cabeça, febre, aparecimento de ínguas (gânglios linfáticos inchados).


Tricomoníase

É uma infecção genital causada pelo protozoário Trichomonas Vaginalis. Sua transmissão ocorre por meio das relações sexuais ou contato íntimo com secreções de uma pessoa contaminada. Pode ser transmitida por mulher/homem e mulher/mulher. Em geral, afeta mais as mulheres.

O Trichomonas vaginalis é um parasita que só infecta o ser humano; costuma viver na vagina ou na uretra, mas pode também ser encontrado em outras partes do sistema geniturinário. Esse protozoário causa microlesões na parte interna da vagina e pode levar ao desenvolvimento de outras ISTs.


segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Doenças autoimunes

As doenças autoimunes são um grupo de doenças distintas que têm como origem o fato do sistema imunológico passar a produzir anticorpos contra componentes do nosso próprio organismo. Por motivos variados e nem sempre esclarecidos, o nosso corpo começa a confundir suas próprias proteínas com agentes invasores, passando a atacá-las.

Portanto, uma doença autoimune é uma doença causada pelo nosso sistema imunológico, que passa a funcionar de forma inapropriada.

Segundo o Núcleo de Estudos de Doenças Auto-Imunes (NEDAI), o conjunto das doenças autoimunes atingem três vezes mais mulheres do que homens. Assim, essas doenças consistem em uma das 10 principais causas de morte nas mulheres, com idade inferior a 65 anos.


A gravidade de uma doença autoimune depende dos órgãos afetados. Por exemplo, a tireoidite de Hashimoto é uma doença praticamente restrita à glândula tireoide, que é um órgão importante, mas não é vital. Os pacientes com essa doença autoimune conseguem levar uma vida normal apenas tomando um comprimido por dia de hormônio tireoidiano.

Outras doenças autoimunes, porém, são mais graves, principalmente aquelas que atacam órgãos e estruturas nobres do corpo, como o sistema nervoso central, coração, pulmões e/ou os vasos sanguíneos.


Podemos dividir as doenças autoimunes em:

Doenças sistêmicas: Não afetam um órgão específico, mas podem atacar vários. É o casa da doença celíaca ou da esclerose lateral amiotrófica (ELA).


Síndromes locais: Atacam um tecido em particular. Podem ser de caráter dermatológico, hematológico ou endócrino. Entre elas, encontramos a tireoidite de Hashimoto ou a colite ulcerosa.


Causas

Ainda não se sabe ao certo o motivo pelo qual o sistema imunitário leva o organismo a produzir um ataque contra si mesmo.

Assim, as doenças auto-imunes acontecem quando esses anticorpos passam a atacar as células do próprio organismo, órgãos e tecidos. Em pessoas que já trazem alguma predisposição genética para desenvolver uma doença auto-imune é possível que alguns fatores sejam desencadeantes para uma resposta auto-imune, como:

• bactérias;

• vírus;

• toxinas;

• hormonas;

• medicamentos específicos;

• estresse.


Sintomas de uma doença autoimune

É importante ressaltar que os sintomas são diferentes entre uma doença autoimune e outra. Por serem doenças que atacam vários órgãos, os sintomas podem variar muito, o que pode dificultar o diagnóstico. Assim, a mesma doença pode ter sintomas bastante diferentes, em diversas pessoas e idades variadas.

Dessa forma, cada uma dessa doenças pode ter uma gravidade leve ou se caracterizar um quadro bastante sério. Assim, para uma vida longeva, é fundamental realizar o diagnóstico o quanto antes para que o tratamento não demore para ser iniciado. Por isso, é importante realizar visitas regulares a um especialista para verificar o andamento da saúde.


Existem mais de 50 tipos de doenças autoimunes, as mais conhecidas são

Lúpus

Doença inflamatória causada quando o sistema imunológico ataca seus próprios tecidos.

Artrite reumatoide

Uma doença inflamatória crônica que afeta muitas articulações, incluindo as das mãos e dos pés.

Doença de Crohn

Esta doença se trata, basicamente, de uma infecção viral ou bacteriana, que leva o sistema imunológico a atacar o trato digestivo, provocando o seu mau funcionamento e desencadeando uma inflamação crônica dos intestinos.

Vitiligo

O vitiligo leva a produção inapropriada de anticorpos e linfócitos T (um tipo de glóbulo branco) contra os melanócitos, as células responsáveis pela produção de pigmento de nossa pele.

Psoríase

A psoríase é uma doença crônica e, ainda sem cura, que surge devido a acelerada reprodução das células da pele. A proliferação das células epidérmicas causa espessamento, inflamação e descamação na pele.

Diabetes tipo 1

Doença crônica em que o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina.

Esclerose múltipla

Doença em que o sistema imunológico destrói a cobertura protetora de nervos.

Doença celíaca

Reação imunológica à ingestão de glúten, uma proteína encontrada no trigo, na cevada e no centeio.

Tireoidite de Hashimoto

A doença ataca a glândula tireoide, responsável pelo metabolismo

Síndrome de Sjögren

Distúrbio do sistema imunológico caracterizado por olhos secos e boca seca.


Tratamento

Geralmente cada doença autoimune tem seu esquema próprio de tratamento. Não existe um tratamento único que sirva para qualquer doença autoimune.



Doenças genéticas

Os distúrbios ou doenças genéticas são causados por mutações.


Os principais distúrbios são:

Monogênicos: (também chamado de Mendeliano). É causado por mudanças ou mutações que acontecem na sucessão de DNA de um único gene.
Ex:
Anemia falciforme
Distrofia miotônica
Distrofia muscular de Duchene
Doença de Huntington
Doença de Tay-Sachs
Fenilcetonúria
Fibrose cística
Hemofilia A
Hipercolesterolemia familiar
Talassemia
Síndrome de Marfan

Cromossômicas: Alterações estruturais e numéricas no conjunto de cromossomo de um indivíduo.
Ex:
Síndrome de Down
Trissomias : 18 – 13 – X
Síndrome de Cri-du-chat (miado de gato)
Síndrome de Klinefelter
Síndrome de Turner
Síndrome de Wolf-Hirschhorn
Síndrome do XYY

Multifatoriais: (também chamado de complexo ou poligênico). É causado por uma combinação de fatores ambientais e mutações em genes múltiplos.
Ex:
Alzheimer
Mal formações congênitas
Cardiopatias congênitas
Certos tipos de câncer
Diabetes mellitus
Hipertensão Arterial
Obesidade
Psoríase

Obs.: A herança multifatorial também é associada com características de hereditariedade como padrões de impressão digital, altura, cor de olho, e cor de pele.



Fonte: http://www.ghente.org/ciencia/genetica/doencas.htm